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Por que não sou viúva de Saramago

Por elekistao
16/08/13 19:44
Entrevistei estes dias Pilar del Río, a presidenta da Fundação José Saramago. Ela veio ao Brasil para participar da cerimônia de relançamento de dois romances importantes do escritor português, como você pode relembrar clicando aqui. No texto, eu a tratava em dado momento como viúva de Saramago, o que foi reproduzido no título da reportagem.
Del Río escreveu para agradecer a matéria, mas para fazer algumas ressalvas. A livre tribuna elekistânica publica o email abaixo.

Pilar à frente de José (no filme “Pilar e José”)

“Uma coisa, para o futuro, se o tivermos: nunca fui, vida afora, uma esposa, e tampouco sou, agora, uma viúva. O papel de viúva ou que me apresentem como ‘a viúva’ me
deixa revoltada. Sou a companheira, ou a tradutora ou a PRESIDENTA, palavra que existe em português, está nos dicionários logo acima da palavra PRESIDENTE. Vamos ver se a mídia deixa de ignorar as mulheres que presidimos. E se começam a entender que há uma diferença entre função e quem desempenha a função: a pessoa que que preside é uma coisa, quem preside pode ser homem ou mulher e, nesse caso, será presidenta ou presidenta se as regras forem respeitadas. Sei que é um debate cansativo, mas muito mais cansativo é ver tantas pessoas bem instruídas, e tantos meios, cometendo um erro ortográfico que, além de tudo, revela uma concepção machista do mundo. Ainda mais quando quem governa o Brasil não se vê como um homem, mas sim como uma mulher que preside, ou seja, presidenta. A recusa de aceitar o nome das coisas só implica que não se aceitem as coisas. E que a mulher deve deixar estes lugares para o homem. Quando se aceitar o nome estará consolidada a função, e isso o poder não quer. Dilma é, para aqueles que têm o controle social, uma pausa entre dois homens.
Beijo e até a próxima.”
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Comentários

  1. Marcel Pires comentou em 17/08/13 at 3:10 pm

    Não concordo com a declaração de que temos que aceitar o nome das coisas para poder efetivamente aceitá-las. Aceito e me alegro com o fato de termos uma mulher como presidente, não preciso usar a letra “a” no final da palavra para me sentir ao lado das mulheres.
    Sou professor de português e sei que “presidente”, assim como “amante, docente, poluente, ouvinte etc.”, admite os dois gêneros. Não preciso “forçar a barra” para me sentir “politicamente correto”. Conheço e lido com ótimas docentes que nem por isso querem ser chamadas de “docentas”, puro mau gosto.

  2. bell comentou em 10/09/13 at 9:37 pm

    Concordo com o comentário anterior(Marcel), assim como entendo perfeitamente a colocação da companheira de Saramago, avante!

  3. Pingback: O colombiano que adivinha o Nobel | Elekistão - Folha de S.Paulo - Blogs

  4. Neidinha Alves comentou em 18/10/13 at 1:58 pm

    A discussão vai muito além de uma regra prescritiva da gramática normativa, que apesar de não parecer, muda com o tempo(basta consultar gramáticas tradicionais do Português de 300 anos atrás e comparar com uma atual). A discussão envolve questões culturais, históricas, políticas e sociais. Usar Presidenta ao invés de Presidente não é uma simples infração de regras normativas. Engana-se quem assim o pensa.

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