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Os sonhos de ossos de Seamus Heaney

Por elekistao
30/08/13 11:25

Seamus Heaney, morto hoje, num hospital de Dublin, era o poeta clássico-clássico, destes talhados na Grécia Antiga, nos campos provençais, em ilhas cobertas de vulcões no extremo norte da terra.

O irlandês, o quarto sujeito em seu apertado país a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura (e James Joyce nem foi um deles), fazia poesia com natureza e com ossos, com frases como “Space is a salvo. We are bombarded by the empty air. Strange, it is a huge nothing that we fear“.

 

O poeta Seamus Heaney (1939-2013)

Um do poemas mais celebrados de Mr. Heaney, que ao longo de sua juventude assinava seus textos com o pseudônimo Incertus, era “Sonhos de Ossos”, bem traduzido para o português por José Antonio Arantes, para uma coletânea do poeta publicada pela Companhia das Letras. Seguem dois fragmentos.

 

Sonhos de Ossos

Osso branco achado
na pastagem:
a rude, porosa
linguagem do toque

e a amarelenta, estriada
impressão na relva –
um miúdo navio-túmulo.
Inerte como pedra,

sílex-sina, pepita
de greda,
toco nele de novo,
meto-o na

funda da memória
para atirá-lo contra a Inglaterra
e seguir-lhe a queda
em campos estranhos.

2

Osso-casa:
um esqueleto
nos velhos cárceres
da língua.

Rechaço
de dicções,
dosséis elisabetanos,
estratagemas normandos,

as eróticas flores de maio
de Provença
e os latins cobertos de hera
de clérigos

até o zangarreio
do bardo, o lampejo
férreo de consoantes
dividindo o verso.

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Comentários

  1. Eder K. comentou em 30/08/13 at 2:32 pm

    Gosta da série de poemas sobre as múmias dos pântanos da Irlanda, assim como os biográficos, como o que ele fala de seu pai e seu avô cavando no pântano para tirar turfa ou do enterro do irmão. Um grande poeta irlandês, do mesmo quilate de Yeats e Kavanagh!

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